domingo, 11 de junho de 2017

Pensamentos 11 de junho

Às vezes sinto uma estranha vontade de chorar pela passagem do tempo.Não pelo tempo que se vai mas pelo que nos devora.Uma transitoriedade sem sentido que faz da nossa vida uma suspensão no espaço, do futuro uma inexistência por um presente que nunca se define bem.

Por fim, resta pouca coisa de nossa vida.Podemos então restringir nossos prazeres às coisas significativas dela.Com isso cobramos menos dela, vida, menos de nós mesmos, acidentes no meio dela.E, caso fosse função da vida adquirir coisas, por que não as levamos todas às nossas covas?
    Os faraós com suas manias de riquezas perenes, possíveis de serem usufruídas em outra vida, tinham que transformar seus mausoléus em autênticos armazéns para guardar suas riquezas.Teriam que enterrar um chefe de almoxarifado junto para contabilizar tudo...
    Tanto esforço, ganância ou vaidade e, no final, tudo reduzido a silêncio e ossos quebradiços.O que sobra desse espetáculo furioso?



Sempre considerei que vivemos por meio de três ânsias: de amor, justiça e fraternidade.Amor por qualquer coisa, seja ele ente ou atividade; justiça como uma forma de igualar todos os seres numa só perspectiva de convivência humana mais racional; fraternidade como afirmação de nossa compaixão pela humanidade sofredora.Para depois constatar a fragilidade do amor, pelas insolvências dos desejos humanos, a justiça como sendo a prerrogativa da força sobre o mais fraco, a fraternidade como uma névoa que se desfaz pelos poderes do egoísmo.




A beleza de uma mulher só é realmente captada , enquanto emoção estética, quando observada de forma desinteressada.Mesmo quando essa mulher é  íntima de nós, sua beleza só sobrevive quando a vemos como uma emanação de algo que nunca nos pertence, algo que, quando mais nos aproximamos dela, mais se afasta.Daí que beleza é sempre prazer e dor.A beleza só sobrevive pelo espanto e pelo mistério.Mas é insuficiente para manter o amor, enquanto forma mais perene.Esse de fato prescinde da beleza estética, reside firme nos corações mais fortes.Ah, mas que diabo de coração fraco que tenho....




Assim como não se banha duas vezes na mesma água do rio, não se encontra duas vezes a mesma pessoa no mesmo caminho, não se faz duas vezes a mesma coisa na mesma situação.No fundo, desde os gregos pré-socráticos até os dias de hoje, permeia-se nossa atitude entre ver tudo em movimento ou tudo se repetindo.Desde nossa vida individual até os eventos históricos e coletivos em que estamos envolvidos, sempre uma opção entre atuar dentro de um movimento em ação ou se encontrar um barranco para, recostado, ver tudo passando e voltando a ser o que, aparentemente, sempre foi.Por mais determinismos que nos impulsionem, sempre há a possibilidade de fazer algo por nossa vontade e deliberação, mesmo que isso implique em dar com os burros na água.Essa mesma água que nunca está parada, mesmo numa poça, já que ela, simplesmente, com nada a  se fazer, tem como destino...evaporar.





Sempre é mais fácil capitalizar o ódio do que o amor.O ódio tende à destruição, à anulação do que é vivo e expansivo, ao nada, à imobilidade ou inércia sem vida, à inorganicidade.Sua vocação é desligar antes que ligar, para, enfim, evitar a multiplicidade..O amor é naturalmente expansivo, orgânico e tende naturalmente a ligar.O ódio desenvolve forças dinâmicas, físicas, químicas e energéticas que, soltas e sem aproveitamento pelo amor, apenas resultam em vazio e silêncio,Administrar o ódio é a única forma de amar.Inocência nossa acreditar que não há ódio dentro de nós, assim como há células ou micro-organismos lutando pela desagregação de nosso próprio corpo.A nossa luta não é para morrer- já que o fim é inevitável- mas para se continuar vivo.O que ocorre nesse nosso estranho e silencioso mundo interior também ocorre no exterior, na vida pessoal, social, entre povos, grupos, classes, famílias ou nações.O amor é entrópico, o ódio é entálpico, para quem se interessa por física e termodinâmica. Homens e formigas são bichos estranhos, parecem agir contra as leis cósmicas que conhecemos.O grande mistério não é a irracionalidade mas sim o seu contrário, a racionalidade, a única coisa que pode nos salvar.Se é que podemos ou queremos nos salvar.Mas, no fim, tudo é mistério.

A gente sempre corre o risco de se acomodar com a repressão externa(política, cultural, social e outras) assim como fazemos com nossas mediocridades.Aí deixamos de buscar os extremos, ficando apenas no médio.E no médio a mediocridade se refestela.Para gaudio dos políticos, especialmente os reacionários.





Sobre a forma de ser hiena


      Cada um tem o direito de se refestelar com a carniça que lhe convém.Nem preciso me atualizar porque já estou velho demais e há muito, muito tempo que não suporto como nos conformamos com pouco por aqui, nesta porcaria de trágica ascendência histórica...Há hienas ilustradas, sofisticadas ou simplesmente toscas, para todos os gostos; inclusive vegetarianas, pós-modernas, metidas a descoladas, alternativas, mas no fundo tendo a mesma origem animal, fedendo um bocado(tanto faz se física ou moralmente)se adaptando à podridão nossa de cada dia..No fundo, o fedor é universal, apenas o perfume desodorante dos modos ou forma de mentir alivia o ar.Apenas surgiram do fundo das savanas tropicais brasílicas umas mais ferozes, mais sedentas de sangue, mais vorazes..A mesma irracionalidade animal de sempre.Enfim, os grandes predadores sempre dominarão savanas ou florestas.Pelo menos até que elas acabem.Aliás, consultando manuais de zoologia(assim como de história) percebemos que há diferenciações entre elas, hienas, por base genética.Mas as hienas originais, não as nossas, têm importância e função na natureza.As nossas são inúteis, o mundo e a natureza não se ressentiriam de sua ausência súbita.Não se deve caçar hienas.As africanas, bem dito..As brasileiras, apenas as desprezo.Sem diferenciar, não me preocupo em caçar o que desprezo.O tempo se encarrega de fazer com que tudo vire carcaça.

O semi-analfabeto político

Fala-se muito sobre o analfabeto político.Mas o que dizer então do semi-analfabeto político?.Aquele que, tentando se despir de emocionalismo de momento ou de influência de propaganda ou ilusão, procura refletir sobre uma posição a tomar, mas vai só até....a página 2.Não consegue ir mais a fundo, a complexidade o ameaça e à sua auto suficiência, não logrando com isso descortinar o tecido de interesses que manipulam os poderes aos quais, ele, por vezes bem intencionado, se submete mesmo sem perceber. Com frequência adere ao discurso oficial autoritário e autorizado com viés democrático e elucidador.Daí que, mesmo posando de anti-sectário ou tolerante, aparentemente demonstrando mais consciência que o pleno analfabeto, já estabeleceu dentro de si, dentro dos limites de sua auto-reflexão, uma barreira que o impede de ver além das sombras que se projetam na caverna.O analfabeto nem ao menos tem interesse ou coragem de entrar na caverna.Ou as portas da mesma para ele estão cerradas.O semi toma as sombras que lá dentro vê pela corporeidade que em verdade as produziu.No final, pode não passar, como os demais ,de mais uma vítima de efeitos especiais. Como alguém que fala a língua mas não consegue descrevê-la em símbolos gráficos. E, como sempre, os limites entre ingenuidade e estultice são muito, muito tênues.





Quando não se tem nada, exceto a razão, tudo nos impele para algo além da própria razão.




O homem racional sempre será uma irracionalidade domesticada.
Há gente que diz não acreditar no inconsciente.Normalmente, são as  pessoas mais confusas na consciência.Por acreditarem demais na própria consciência.



Entre um pássaro na mão e dois voando, prefiro não inventar nenhuma forma de gaiola artificial



Então, numa conversa com uma amiga, aparentemente anti-convencional e anti-burguesa, ela me vem com o papo de que o que mulher mais aprecia num homem é seu poder ou prestígio.Aí fico na minha, já que poder, para mim, sempre se relacionou mais com algo de mim para mim mesmo, necessidades de meu interior, mais importantes do que a forma como meu interior se impõe ao exterior.E prestígio?Sempre o considerei um acaso e uma prisão para quem o define como estratégia de vida.Logo, é espantoso  que eu tenha atraído algumas mulheres. Pelo menos algumas que, definitivamente, pelo menos em algum momento de suas vidas, não deviam pensar como essa minha amiga.Se é que uma pessoa assim de fato pode ser minha amiga.Ou merece sê-lo.


O mundo é feito de ilusão?Talvez estejamos entrando no nível do onírico tecnológico.Aí a ilusão vira uma realidade.Medida financeiramente.

Se pensarmos demais na sexualidade, talvez sejamos

instados a desistir de exercê-la.Malgrada nossa vontade.

O espelho tem sido meu melhor confidente.O problema é sua indiscrição : todo dia a me lembrar o lento trabalho que a morte faz.Essa morte que está sempre dentro da gente, apenas não a percebemos.Porque acreditamos no tempo.


Ah, o Brasil, o Brasil!Nasci na chaga de onde foram feitas as tripas de meu coração.O Brasil, o Brasil!Terra sangrada e abençoada por deus.


Sim!Assim agem os poderosos nessa terra.Querem massas burras e acéfalas, perfeitas para a manobra ou anuência com seus interesses, em geral sempre mesquinhos e gananciosos. Podem fazer uma ou outra concessão, quando a panela de pressão começa a chiar, mas retiram-nas sem o menor pudor ou receio, desde que se mantenha a taxa de retorno do investimento.E para tal é necessário o silêncio, a cumplicidade dos que deformam a consciência pública, os mecanismos propagandísticos de alienação, a desorganização política da sociedade, a criação do espírito justicialista e policialesco, precisam manipular o ressentimento cego dos que não partilham de forma mais justa e racional da riqueza criada no país para atentarem contra seus próprios interesses.De tal forma que vemos que o principal liame entre as classes médias e as mais pobres é a burrice cultivada pelos mais ricos. Para que as classes médias continuem a levar sua vida de merda e as mais pobres aprendam a comê-la.Por isso quando se fala em cortes de verbas, não é necessária nenhuma genialidade para perceber que eles normalmente incidem sobre educação, saúde, cultura.A mentalidade de que há uma grande "senzala" disponível dá segurança aos senhores do poder e do capital.Por isso, é uma maravilha ser rico no Brasil.Pouco imposto e pouca responsabilidade social.Um paraíso!.Mas para isso precisa-se de pouca consciência, pouca educação ou pouca cultura.É tão óbvio que me custa a acreditar nos que, com um mínimo de reflexão, não enxergam isso.No final das contas pensam assim, os poderosos de ontem, hoje e de sempre: se para botar ordem no pedaço não tem um pai, vai mesmo na porrada!



Ora, falar que o mundo está uma porcaria, que vai ficar pior?Bem, aos meus olhos ele nunca foi grande coisa.A vida sim, porque esta ultrapassa a dimensão da existência humana no cosmo.E não é que eu acredite em supra-realidades ou coisas assim, já que sou materialista, ateu e acho que a vida acaba de vez para sempre quando achamos nossa morada definitiva abaixo dos sete palmos. Dá aflição e angústia, mas opto viver com isso.Minha infância foi forjada em cima do espectro da guerra fria e da terceira mundial, do fim do mundo. Acho que quem viveu lá pelos anos cinquenta sofreu bem mais com isso.Vejam só: ainda não acabou. O grande Pascal, filósofo que sempre apreciei e li, não concordaria comigo, diria que abro mão da racionalidade que é posta por um sentido divino no universo.Que fazer, não consigo acreditar, embora respeite a argumentação.Nesse tempo, o fim chegou para muita gente ou coisa que eu desejava não ter fim.Mas o fim do mundo sempre está delineado nos próximos minutos, nos próximos instantes que se sucedem a essas palavras.Vãs, por sinal, como tudo o que é vão e sem sentido na existência, como um estranho véu de absurdidades nos envolvendo.Ah, o fim do mundo não virá tão cedo.O meu chegará antes.Logo, o que sobre é o momento, o que se faz agora.Talvez o Pessoa tenha mesmo razão: viver não é necessário, necessário é criar.Qualquer coisa, talvez, até mesmo uma coleção de selos.Ôpa, quem é que coleciona selos, hoje em dia?

Humildade com a natureza
Mesmo que não queiramos aceitar, não há escapatória: temos de ser humildes com relação à natureza. Tanto exterior como interior; a do mundo, das florestas, montanhas, mares, a interior, do coração humano.Sempre mais forte que nós, mais perdurável na insustentabilidade do tempo que nós.Isso está claro em todas as filosofias, religiões, ciências ou grandes artes.No fundo, todos nós não deixamos de ser uns anjos caídos e criamos demônios, a partir de nossas vísceras, para nos afastar dela, por não nos enxergamos como parte dessa natureza, inclusive da nossa interior, tão bem guardada por cadeados ou trancas sociais.

O problema das utopias


       Para mim, pessoalmente, há tempos que a preocupação não é o colapso do comunismo.Ou dos comunismos, já que o marxismo apostava em um determinado tipo de comunismo e o pessoal costuma colocar no mesmo balaio um monte de gente, ditas de esquerda, que nada têm a ver com comunismo. Mesmo sem o "perigo vermelho" o mundo continua muito caótico.A preocupação maior que me vem à mente é o colapso do sistema capitalista e de seus sistemas de representatividade política, levando a eventuais situações de barbárie e caos, com o fim de valores e conceitos democráticos, além dos mais libertários, conquistados a duras penas.Toda forma de utopia carrega em si elementos perigosos de autoritarismo pelo fato de que uma utopia é uma idealização, e idealizações podem levar à alienação da realidade e a manipulação desta por forças e lideranças messiânicas, reformadoras radicais e ditatoriais.Afinal, o nazismo também era utópico e anti-comunista.Por isso, nada impede retrocessos pois as forças destrutivas e de retrocesso sempre estão presentes em qualquer agrupamento ou situação humana coletiva, em qualquer organização econômica, mesmo que essa seja um simples acampamento na praia. A tolerância não costuma ser cultivada no cotidiano. Até mesmo entre intelectuais, coisa que é de se lamentar profundamente. Acho que até mesmo um Platão não era tão tolerante assim com seus pares; apenas acreditava que a iluminação pela razão dialética por si só nos levaria além das sombras da caverna, longe do mundo dos sentidos, esse mesmo mundo que dá a tônica dominante de nosso universo social e econômico modernos..Daí acreditar hoje tão importante relevar o pensamento de um Freud- pensamento pessimista, diga-se a bem da verdade- tanto quanto o de qualquer pensador defensor de socialismo ou capitalismo; por sinal atacado de todos os lados, pró-capitalistas ou pró-socialistas.Como também do pensamento dos individualistas ferozes ao estilo de um Nietzsche, mas sempre com ressalvas.Freud que, por sinal, nada tinha de utópico, apesar de suas inquestionáveis limitações de análise sociológica ou econômica; contudo, acreditando que apenas a razão nos salva..O Freud que foi o que foi por causa dos gregos, tanto quanto Marx também o foi.Pois , como dizia o Sartre velho e próximo da morte, fazemos grandes revoluções e guerras, matando um número inimaginável de pessoas, mas mudamos,no final das contas, pouco a cabeça das pessoas. Daí, talvez, tantos poetas desesperados em nossas histórias literárias.O mundo precisa mais de reflexão do que de doutrinação.E , por aqui, nós sem uma coisa ou outra, restando apenas a esculhambação.

Fases da vida: para os jovens fica sempre expectativa, mesmo em momentos ruins, de se encontrar novas pessoas, amizades ou amores para povoar seu futuro.Para os mais velhos, a expectativa de perder tais coisas com o tempo e ter que povoar sua solidão.
O que pensar antes da morte?
Com frequência me pergunto do que me lembraria, se memória houvesse, pouco antes de minha morte.Quem já não se questionou sobre isso, dado o fato de tal coisa poder definir muito do que sua vida foi.A vida que sempre podia ter sido e não foi.Cada dia elaboro uma lista sobre tal recordação hipotética, às portas do silêncio definitivo.Elencar essas coisas, os fatos relevantes da existência, me faz valorizar eventos do presente, acrescidos aos do passado, já que a morte é futuro-se próximo ou não, impossível mesmo saber nesse momento- e nos resta sempre aproveitar o instante que se apresenta.Penso em paisagens, poemas, sinfonias ou pinturas que me emocionaram, além, claro, da beleza marcante de certas mulheres que conheci ou amei; especialmente quando as via...dançando!Coisas simples sempre têm mais profundidade do que a por nós imaginada.E um instante de beleza sempre será uma marca de eternidade na curta existência nossa.Todo ser humano é uma curta eternidade.Que parece não ter fim quando se vê uma beleza em movimento.


Essa eu ouvi e aprovo: se a função da vida fosse adquirir bens materiais, caso nós nos empenhássemos apenas em fazer isso, a própria vida, dentro do quadro de leis universais que ela traça, se encarregaria de que nós não morrêssemos, agindo dessa forma de acordo com os interesses dela, vida.Mas a vida não está nem aí para isso.Ela apenas existe para vivermos e depois morrermos.O restante não passa de acréscimo material.Que não vira, por sinal, sentimento.O que vira sentimento, vivo, é o que fazemos de nossa vida.Que pode, inclusive, resultar em nada, nem sentimento, nem matéria, nem porcaria alguma.

Assim como definimos muito de nosso presente e futuro, a partir de determinantes de ordem genética, talvez povos, nações ou grupos tenham lá seus componentes genéticos grupais de ordem particular.Claro, uma óbvia abstração em cima de dados biológicos.Contudo, mesmo contra as limitações genéticas, qualquer ser humano pode se esforçar para vencer ou amenizar os efeitos nefastos provenientes dessas limitações.A vontade humana, a vontade de viver, de resistir à morte, tudo isso são coisas misteriosas, causadoras de imprevisíveis resultados que podemos chamar de milagres na existência.Tudo tende para a morte e degradação; não apenas seres vivos, indivíduos, como também idéias, concepções, nações.A transitoriedade é que marca o universo, os processos físicos que estão ao alcance de nossa compreensão, ainda tão limitada.Quanto mais conhecemos algo, mais somos conscientes de nossa ignorância sobre a maior parte desse algo.Vale para pessoas, vale para sentimentos ou ideias, vale para países.
Ainda que considere um tanto errado essa liberdade comparativa, talvez nossa "genética",- deixando claro:a histórica, não a dos indivíduos que fazem a história- nos imponha tarefas muito mais árduas, longas e dolorosas do que sonha nossa vã, embora sempre necessária, imaginação.Sobra a vontade de resistir.Competindo, diariamente, com uma outra, igualmente poderosa, de desistir.Na luta entre civilização e barbárie, no Brasil os elementos desta última têm um acesso no inconsciente e na manipulação de vida das pessoas muito grande.Sem regras, sem ordenação, tudo vira caos.Os deuses gregos surgiram a partir da submissão do caos.Mas ordenação sem equilíbrio de distribuição de riqueza produzida, isonomia de tratamento, sem justiça social, isso inevitavelmente levará apenas a que os genes recessivos de nosso vigoroso tecido histórico- tão cheio de tumores e manchas- o transformem apenas num tecido morto.Ou, talvez, devorado por seres de outra espécie.
Sempre me faço a pergunta: o que restará de mim quando me for dessa vida?Sempre acrescentando outra: e se o Brasil acabasse, o que sobraria dele?Quosque tandem?!